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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Me chamo Natália, diz minha mãe que fui chamada assim, pois representei o dia do nascimento para ela. Hoje acompanho partos como Doula. Sou Graduada em enfermagem, mãe do Caio á 2 anos, nascido de um maravilhoso parto natural aquático, companheira dessa e de outras vidas do Magno, amiga, irmã, filha e libriana. Gosto do natural, de viajar, de colocar os pés na terra, de plantar, de fotografar e dos nascimentos, todos! Estes assuntos cheios de ocitocina (hormônio do prazer) e prolactina (hormônio do amor) ... me movem, me fazem feliz!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Tipos de Parto:


Tenho ouvido esta duvida frequentemente....

Quais são os tipos de parto e quais são as diferenças entre eles?

 É comum encontrar principalmente em cursos preparatórios para gestante e no discurso de alguns profissionais tais classificações para o parto, entretanto seria plausível, achar que partos, nascimentos, bebês, mulheres possam ser classificados por tipos?
Á algumas décadas atrás, quando o atendimento ao parto passou a ser extremamente hospitalocêntrico e tecnicista, modelo este ainda vigente na maioria dos hospitais, a mulher tem duas opções: “Parto Normal” ou “Cesariana”.

Parto Normal: Também chamado de parto vaginal. Geralmente as condições padronizadas são que a gestante em trabalho de parto permaneça em uma sala de pré parto ligadas ao “soro” que são hormônios para acelerar as contrações e encurtar o trabalho de parto, isso impede a movimentação dessa mulher aumentando ainda mais o desconforto, quando a mulher entra no período expulsivo é transferida para o bloco obstétrico ou cirúrgico, é deitada de costas com as pernas amarradas á suportes, geralmente é administrado a anestesia e a mulher recebe comandos para fazer força. Ainda se vê muito o uso da episiotomia (corte feito na musculatura da vagina), mesmo que não exista nenhum estudo cientifico comprovando a eficácia da mesma, tricotomia (raspagem dos pelos), enema (lavagem intestinal), ruptura artificial da bolsa, dentre outras intervenções, que infelizmente ainda é regra em muitos hospitais, infelizmente, indo contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Parto Fórceps: Também conhecido como Parto á Ferro, era usado pelos antigos quando o parto ficava difícil, onde a cabeça do bebe era buscada com um instrumento que consiste em um par de colheres metálicas para puxar o bebe para fora. Essa experiência era traumática para mãe e lesava o bebe, muitas vezes para sempre. Hoje em dia só é utilizado o “Fórceps de Alívio” (quando o bebe está mais baixo), em casos de emergência ou sofrimento fetal.

Parto Leboyer: Chamado também de “Parto sem violência”. Foi criado por um medico francês Dr. Frederic Leboyer na década de 70, em meio aos inúmeros movimentos, manifestações e luta por melhores condições para se dar a luz. O Parto Leboyer é feito em meio a pouca luz, silêncio, massagem nas costas do bebê, que não é dependurado pelos pés e nem recebe a famosa palmada “para abrir os pulmões”. Espera-se que o cordão pare de pulsar, para o bebê fazer a transição respiratória de forma mais suave. Antes mesmo do primeiro banho, que ocorre ainda na sala de parto perto da mãe, é estimulado o contato pele a pele entre mãe e o recém-nascido. No entanto o seu foco está somente no bebê e não na mãe, que ainda continua deitada de costas com as pernas amarradas nos estribos e realiza-se a episiotomia rotineiramente.

Parto na água: O parto na água é uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da água durante o período expulsivo de modo que o bebê chega ao mundo no meio aquático, exatamente como estava no útero. A água é aquecida a 36ºC, o ambiente geralmente fica à meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar na banheira com a futura mãe. O uso da banheira também pode ser iniciado antes do período expulsivo, para relaxamento e para a suavização das sensações do trabalho de parto. As contrações ficam menos fortes e o bebê pesa menos sobre o colo do útero.
Muitas mulheres saem instintivamente da água na hora do bebê nascer, preferindo ficar sobre um colchão, de cócoras, deitada em posição semi- reclinada, ou até de lado (posição de Sims). Esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos e muitos bebês sequer choram quando são trazidos à tona para o colo de suas mães.


Parto de Cócoras: No Brasil parto de cócoras, foi resgatado pelo Dr. Paciornik, ao estudar o modo com que as índias tinham seus filhos, de acordo com o estudo do medico, é muito melhor para a mulher e para o filho um parto de cócoras. Quando a mulher se agacha, o canal vaginal se alarga cerca de 30% e a bexiga, a uretra e o reto, puxados para cima, ficam mais protegidos e deixam o canal vazio; ao contrário da posição deitada, na qual o canal de parto se estreita. O bebê, por sua vez, também é beneficiado pela maneira “primitiva” de parir, pois com o canal vaginal estreitado, ele tem mais dificuldades para sair, é maior o impacto que o pólo encefálico da criança tem de suportar, e a adaptação imposta é mais intensa. (Tenho observado que as mulheres sadias quando parem naturalmente elas assumem, automaticamente, a posição acocorada, que sob o ponto de vista fisiológico, é a posição mais coerente).

Parto Natural: Desde os anos 80, com a popularização das questões ecológicas e com os movimentos de resgate de uma vida mais saudável, natural e espiritualizada, muitas mulheres passam a optar pelo parto natural, onde o Obstetra (Medico ou Enfermeira) ou a Parteira acompanham o parto, mas não fazem nenhum tipo de intervenção, como anestesia, episiotomia, indução com “soro”, ruptura da bolsa, dentre outras. O ritmo e o tempo da mulher e do bebê são respeitados e a mulher tem liberdade para se movimentar e fazer aquilo que seu corpo lhe pede. Para alivio da dor a mulher pode utilizar de métodos não farmacológicos (massagens, posturas, exercícios de respiração, água quente e terapias alternativas). A recuperação é rápida.

Parto Humanizado: Segundo o Ministério da Saúde, parto humanizado é aquele em que a gestante tem direito a um mínimo de seis consultas de pré-natal, vaga garantida em um hospital na hora do parto e direito a um acompanhante. Porém o correto significado de Parto Humanizado deveria ser “o atendimento centrado na mulher”.  Se a mulher vai preferir ter o seu bebe de cócoras, na água, quanto tempo ela vai querer permanecer com o bebe no colo após o nascimento, quem vai estar na sua companhia, se ela vai querer se alimentar durante o trabalho de parto, todas essas decisões deverão ser tomadas por ela, protagonista do seu próprio parto e dona do seu próprio corpo. No parto humanizado está em questão ver e perceber a mulher como um ser humano e singular que precisa ser respeitado.

Cirurgia Cesariana: É uma cirurgia de grande porte que necessita de anestesia, é realizada através de corte na barriga atravessando várias camadas, da pele ao útero. Quando por fim o útero é cortado, o bebê é retirado de dentro do ventre da mulher. A cesárea só deve ser realizada quando a vida do bebê ou da mãe está em risco, deve ser feita nas seguintes situações:
  • por causa do bebê: o bebê precisa nascer muito rápido ou não pode nascer por baixo e em urgências, tais como quando o cordão umbilical sai antes do bebê, impedindo a circulação do sangue.
  • por causa da mãe e do bebê: o trabalho de parto tem problemas que impedem o parto vaginal e em urgências, por exemplo, quando a placenta se descola da parede do útero sem o bebê ter nascido, o que compromete o suprimento de sangue para o bebê.
  • por causa da mulher (mãe): quando existe alguma contra-indicação ao parto vaginal (por exemplo no caso de pré-eclâmpsia) ou se a mulher já sofreu muitas cesáreas.
Em qualquer situações está muito claro que a primeira opção é o parto vaginal. O parto cesáreo sempre deve ser encarado como uma solução quando o vaginal não é possível.